[RESUMO] Sistema imune e imunidade de rebanho

Sistema imune e imunidade 

   Uma definição ampla de imunidade relaciona a reação do organismo contra substâncias que incluem os microrganismos, macromoléculas como proteínas e polissacarídeos. As células e moléculas responsáveis por esta imunidade constituem o sistema imunológico e a interação entre todas estas estruturas na resposta contra os agentes estranhos ao organismo é denominada resposta imunológica (SANTIN, 2007). 

   
   Os mecanismos de resposta imune são representados pelas defesas inata ou inespecífica e adaptativa ou específica. No caso de infecções respiratórias, a defesa inata é composta por fatores físicos e químicos tais como a estrutura da cavidade nasal e o epitélio ciliar recoberto com muco, o reflexo da tosse e espirro; e os fatores celulares como a citotoxicidade dos macrófagos, a elevação no número de células apresentadoras de antígenos (APC), bem como o aumento da expressão de receptores celulares que ativam a cascata do sistema complemento. A defesa adaptativa está representada pela imunidade humoral (anticorpos) e também pela imunidade celular (linfócitos T) desenvolvida especificamente a um agente. Esses dois tipos de imunidade trabalham de forma integrada, sendo que a resposta inata é fundamental para o desenvolvimento da resposta específica (SANTIN, 2007). 

   A aquisição de proteção contra um antígeno, a imunização, pode se dar por duas maneiras distintas: pelo fornecimento de anticorpos contra um antígeno a um indivíduo (imunidade passiva) ou estimulando-o a obter seus próprios anticorpos (imunização ativa). Ambas podem ser adquiridas de maneira natural ou artificial, sendo que, geralmente, as formas passivas induzem a uma imunidade transitória e as formas ativas permitem uma imunização duradoura, ou até mesmo permanente (MURPHY et al., 2010). 

   A imunização passiva natural pode ser definida como aquela em que um indivíduo recebe anticorpos de outro indivíduo de maneira natural, como pela via placentária e pelo aleitamento materno. Já na imunização passiva artificial, há transferência por meio da introdução de soros homólogos (produzidos na própria espécie) ou heterólogos (produzidos em espécies diferentes a do indivíduo), de anticorpos em altas concentrações, contra um determinado antígeno. A imunização ativa natural se dá na medida em que há contato do indivíduo com o antígeno, ao longo de sua vida. A forma artificial de estimular a produção de anticorpos e a aquisição de células de memória é por meio do emprego de vacinas com antígenos (vivos, atenuados, fragmentos, recombinantes, toxinas, proteínas) capazes de desencadear uma resposta imune sem causar a doença (MURPHY et al., 2010).

Imunidade de rebanho 

   Quando falamos em produção animal, ao invés de indivíduo, a imunidade deve ser considerada em relação à população. Assim, o conceito de imunidade de rebanho pode ser definido como a resistência de uma população, ou um grupo, à introdução e disseminação de um agente infeccioso. Essa resistência é baseada na elevada proporção de indivíduos imunes entre os membros dessa população e na uniforme distribuição desses. Julga-se que a imunidade do rebanho age reduzindo a probabilidade de um animal suscetível encontrar um infectado, de modo que a disseminação da doença seja diminuída.

VEJA MAIS NO LIVRO DE 

1. MURPHY, K.; TRAVERS, P.; WALPORT, M. Imunobiologia de Janeway. Porto Alegre: Artmed, 7 ª edição, 2010.
2. SANTIN, E. Interação entre sistema imunológico do suíno e micotoxicose. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PRODUÇÃO SUÍNA, 3., 2007, Águas de Lindóia. Anais..., Águas de Lindóia: CONSUITEC, 2007. p.22-27.


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