1. CICLO ESTRAL
1.1. COMPONENTES DO SGF
O sistema genital
feminino é formado pelos ovários, ovidutos, útero, cérvix, vagina e vulva.
Os ovários são as gônadas femininas, a
vulva e o clitoris são os órgãos genitais externos e os outros componentes são conhecidos como genitália interna.
Os ovários são órgãos pares e têm as funções gametogênicas, produção de óvulos, e
endócrina, produção de hormônios.
Os ovidutos oferecem
um ambiente adequado para a
união dos gametas e para o
desenvolvimento inicial do embrião. Este
ambiente refere-se não apenas à
proteção mas também à nutrição
do novo embrião.
O útero apresenta múltiplas funções: transporte dos
espermatozóides desde o local da ejaculação até os ovidutos,
regulação da função do corpo lúteo e implantação do embrião com o seu posterior
desenvolvimento, gestação e parto.
A principal função da cérvix é oferecer proteção para
a cavidade uterina contra contaminações provenientes
do meio externo. Além disso,
facilita o transporte dos espermatozóides através do muco cervical e atua como um
local de reservatório para os espermatozóides
bem como promove uma seleção daqueles viáveis, pois previne
o transporte dos que apresentam defeitos
e não viáveis.
A vagina é o órgão copulatório onde o sêmen é
depositado quando da monta natural.
O sistema genital
feminino é formado pelos ovários, ovidutos, útero, cérvix, vagina e vulva.
Os ovários são as gônadas femininas, a
vulva e o clitoris são os órgãos genitais externos e os outros componentes são conhecidos como genitália interna.
Os ovários são órgãos pares e têm as funções gametogênicas, produção de óvulos, e
endócrina, produção de hormônios.
Os ovidutos oferecem
um ambiente adequado para a
união dos gametas e para o
desenvolvimento inicial do embrião. Este
ambiente refere-se não apenas à
proteção mas também à nutrição
do novo embrião.
O útero apresenta múltiplas funções: transporte dos
espermatozóides desde o local da ejaculação até os ovidutos,
regulação da função do corpo lúteo e implantação do embrião com o seu posterior
desenvolvimento, gestação e parto.
A principal função da cérvix é oferecer proteção para
a cavidade uterina contra contaminações provenientes
do meio externo. Além disso,
facilita o transporte dos espermatozóides através do muco cervical e atua como um
local de reservatório para os espermatozóides
bem como promove uma seleção daqueles viáveis, pois previne
o transporte dos que apresentam defeitos
e não viáveis.
A vagina é o órgão copulatório onde o sêmen é
depositado quando da monta natural.
1.2. PUBERDADE
De acordo com McDONALD(1989) a puberdade na fêmea é
definida como o início da ciclicidade reprodutiva. Ela é consequência de uma
série cumulativa de eventos hormonais e está mais associada com o pêso corporal
que com a idade. Para JAINUDEEN & HAFEZ (1993) a puberdade é a idade quando
ocorre o primeiro estro acompanhado de ovulação.
A idade do primeiro cio em novilhas varia
consideravelmente, sendo dependente da raça, da nutrição e da taxa de
crescimento. Um baixo nível nutricional e de crescimento adia o aparecimento da
puberdade, assim como alto nível nutricional e rápido crescimento acelera o seu
aparecimento. A idade média para o aparecimento da puberdade em novilhas bem
nutridas é em torno de 10 a 12 meses para raças leiteiras e
entre 11 e 15 para raças de corte. Novilhas zebuínas atingem a puberdade
aproximadamente aos 18-24 meses de idade (JAINUDEEN & HAFEZ , 1993).
Durante o período prépuberal os ovários são ativos e
possuem folículos em diferentes fases de crescimento,
que normalmente regridem e tornam-se atrésicos. Nessa fase a produção
de estrógenos pelos folículos ovarianos não é capaz de estimular
a liberação do hormônio liberador
das gonadotropinas (GnRH) pelo hipotálamo devido ao seu alto limiar. Com o crescimento da novilha, entretanto, esse limiar para a estimulação estrogênica
do GnRH diminui e como consequência o hormônio luteinizante (LH) é liberado da hipófise, sob a forma de pulsos. Quando a puberdade se aproxima aumenta a frequência dos pulsos
de LH acarretando um ligeiro aumento nos
níveis de progesterona. Portanto, o início da puberdade é regulado pela maturação do eixo hipotálamo-hipófise (McDONALD,
1989).
De acordo com McDONALD(1989) a puberdade na fêmea é
definida como o início da ciclicidade reprodutiva. Ela é consequência de uma
série cumulativa de eventos hormonais e está mais associada com o pêso corporal
que com a idade. Para JAINUDEEN & HAFEZ (1993) a puberdade é a idade quando
ocorre o primeiro estro acompanhado de ovulação.
A idade do primeiro cio em novilhas varia
consideravelmente, sendo dependente da raça, da nutrição e da taxa de
crescimento. Um baixo nível nutricional e de crescimento adia o aparecimento da
puberdade, assim como alto nível nutricional e rápido crescimento acelera o seu
aparecimento. A idade média para o aparecimento da puberdade em novilhas bem
nutridas é em torno de 10 a 12 meses para raças leiteiras e
entre 11 e 15 para raças de corte. Novilhas zebuínas atingem a puberdade
aproximadamente aos 18-24 meses de idade (JAINUDEEN & HAFEZ , 1993).
Durante o período prépuberal os ovários são ativos e
possuem folículos em diferentes fases de crescimento,
que normalmente regridem e tornam-se atrésicos. Nessa fase a produção
de estrógenos pelos folículos ovarianos não é capaz de estimular
a liberação do hormônio liberador
das gonadotropinas (GnRH) pelo hipotálamo devido ao seu alto limiar. Com o crescimento da novilha, entretanto, esse limiar para a estimulação estrogênica
do GnRH diminui e como consequência o hormônio luteinizante (LH) é liberado da hipófise, sob a forma de pulsos. Quando a puberdade se aproxima aumenta a frequência dos pulsos
de LH acarretando um ligeiro aumento nos
níveis de progesterona. Portanto, o início da puberdade é regulado pela maturação do eixo hipotálamo-hipófise (McDONALD,
1989).
1.3.
ENDOCRINOLOGIA DO
CICLO ESTRAL
Após
a puberdade, a fêmea desenvolve um
padrão rítmico de eventos
fisiológicos que promovem alterações morfológicas no sistema reprodutor e mudanças comportamentais no animal.
Estas modificações fisiológicas
e de comportamento são cíclicas e contínuas, sendo interrompidas pela gestação ou alguma
condição patológica. As mudanças
comportamentais são mais fáceis
de serem detectadas que aquelas
morfológicas, convencionando-se usar
o período de receptividade sexual, conhecido como estro ou cio, como o eixo principal das mudanças
cíclicas. Devido a existência
de apenas um período de estro em cada ciclo,
convencionalmente a sequência de eventos que ocorre entre dois
estros sucessivos é chamada de ciclo estral.
O ciclo estral é regulado por mecanismos endócrinos e neuroendócrinos que são os hormônios hipotalâmicos, as gonadotropinas
produzidas pela adenohipófise e os esteróides secretados pelos ovários. O
controle da secreção das gonadotropinas durante o ciclo estral exige um
delicado balanço entre as complexas interações
hormonais. Núcleos hipotalâmicos secretam GnRH,
que através de um sistema circulatório
especial, chamado sistema porta
hipotalâmico-hipofisário, estimulam a
adenohipófise a secretar o hormônio luteinizante
(LH) e o hormônio folículo estimulante (FSH),
que na corrente circulatória promovem a síntese de estrógeno e
progesterona pelos ovários. Estes dois últimos
exercem influências, através de mecanismos
de feedback positivo ou negativo,
diretamente na hipófise ou no hipotálamo, tornando possível a
continuidade dos eventos cíclicos que caracterizam o ciclo estral.
Após
a puberdade, a fêmea desenvolve um
padrão rítmico de eventos
fisiológicos que promovem alterações morfológicas no sistema reprodutor e mudanças comportamentais no animal.
Estas modificações fisiológicas
e de comportamento são cíclicas e contínuas, sendo interrompidas pela gestação ou alguma
condição patológica. As mudanças
comportamentais são mais fáceis
de serem detectadas que aquelas
morfológicas, convencionando-se usar
o período de receptividade sexual, conhecido como estro ou cio, como o eixo principal das mudanças
cíclicas. Devido a existência
de apenas um período de estro em cada ciclo,
convencionalmente a sequência de eventos que ocorre entre dois
estros sucessivos é chamada de ciclo estral.
O ciclo estral é regulado por mecanismos endócrinos e neuroendócrinos que são os hormônios hipotalâmicos, as gonadotropinas
produzidas pela adenohipófise e os esteróides secretados pelos ovários. O
controle da secreção das gonadotropinas durante o ciclo estral exige um
delicado balanço entre as complexas interações
hormonais. Núcleos hipotalâmicos secretam GnRH,
que através de um sistema circulatório
especial, chamado sistema porta
hipotalâmico-hipofisário, estimulam a
adenohipófise a secretar o hormônio luteinizante
(LH) e o hormônio folículo estimulante (FSH),
que na corrente circulatória promovem a síntese de estrógeno e
progesterona pelos ovários. Estes dois últimos
exercem influências, através de mecanismos
de feedback positivo ou negativo,
diretamente na hipófise ou no hipotálamo, tornando possível a
continuidade dos eventos cíclicos que caracterizam o ciclo estral.
1.3.1. HORMÔNIOS DA HIPÓFISE
- FSH e LH : estes
dois hormônios estimulam o crescimento e a maturação dos folículos ovarianos, sendo também essenciais para a síntese de estrógenos pelos folículos e
especialmente o LH é responsável
pelo rompimento do folículo maduro, ovulação, e posterior formação do corpo lúteo (CL). Para McDONALD (1989), aparentemente
FSH e LH são sintetizados continuamente
e estocados na hipófise sendo
liberados durante todo o ciclo estral. As proporções e os níveis destas
gonadotropinas mudam durante as
diferentes fases do ciclo estral. A concentração de FSH aumenta consideravelmente nos três-quatro dias que precedem o
estro, promovendo, em conjunto com o
LH, o crescimento e maturação do
folículo dominante, bem como intensificando
a síntese de estrógenos (Fig. 1). Esta rápida elevação dos níveis estrogênicos,
associada com a queda dos níveis da progesterona, promovem as manifestações do
estro, bem como induz a liberação
do “pico ovulatório” de LH no dia do cio. Ocorre então
diminuição nos níveis de estrógeno e
o novo CL começa a produzir
progesterona, que aumenta sua
concentração nos próximos dias.
Não havendo fecundação, 16-17 dias
após esse CL regride e um novo ciclo se iniciará.
- FSH e LH : estes
dois hormônios estimulam o crescimento e a maturação dos folículos ovarianos, sendo também essenciais para a síntese de estrógenos pelos folículos e
especialmente o LH é responsável
pelo rompimento do folículo maduro, ovulação, e posterior formação do corpo lúteo (CL). Para McDONALD (1989), aparentemente
FSH e LH são sintetizados continuamente
e estocados na hipófise sendo
liberados durante todo o ciclo estral. As proporções e os níveis destas
gonadotropinas mudam durante as
diferentes fases do ciclo estral. A concentração de FSH aumenta consideravelmente nos três-quatro dias que precedem o
estro, promovendo, em conjunto com o
LH, o crescimento e maturação do
folículo dominante, bem como intensificando
a síntese de estrógenos (Fig. 1). Esta rápida elevação dos níveis estrogênicos,
associada com a queda dos níveis da progesterona, promovem as manifestações do
estro, bem como induz a liberação
do “pico ovulatório” de LH no dia do cio. Ocorre então
diminuição nos níveis de estrógeno e
o novo CL começa a produzir
progesterona, que aumenta sua
concentração nos próximos dias.
Não havendo fecundação, 16-17 dias
após esse CL regride e um novo ciclo se iniciará.
1.3.2. HORMÔNIOS DOS OVÁRIOS
- ESTRÓGENO : 17ß-estradiol é o estrógeno primário, com estrona e
estriol representando outras formas ativas
de hormônios estrogênicos. É
produzido pelas células da granulosa e da teca interna dos folículos, através
de precrursores androgênicos, sob a ação sinérgica do FSH e LH. Receptores ao LH estão presentes nas
células tecais, enquanto as células da granulosa dos folículos em desenvolvimento possuem receptores ao FSH. A interação entre as células da
granulosa e da teca é essencial para a esteroidogênese folicular, conforme
mostra a Fi gura 2.
A principal função do 17ß-estradiol é o
desenvolvimento e manutenção da
estrutura funcional dos órgãos sexuais femininos,
estimulando a síntese proteíca e mitose
dos órgãos estrógeno dependentes. As características sexuais secundárias
e desenvolvimento da glândula mamária estão
sob influência dos estrógenos, que também são
responsáveis pela receptividade sexual
da fêmea à cópula, no momento do estro. Todos os sinais externos de
cio, tais como edema de vulva,
aceitação da monta, corrimento de muco cristalino e transparente e outros,
assim como aqueles que acontecem nos
órgãos internos: aumento da
vascularização e irrigação sanguínea, aumento
do tônus uterino e secreção de muco,
são diretamente dependentes
dos estrógenos. Também inibe o crescimento ósseo promovendo a ossificação das epífises (McDONALD,1989 e HAFEZ, 1993).
-
PROGESTERONA
: produzida pelo CL e pela placenta,
é necessária para a manutenção da
gestação. Ela prepara o endométrio para
a implantação, através do aumento na secreção de suas glândulas,
produzindo o “leite uterino” e pela diminuição das contrações do miométrio. Estimula o
desenvolvimento dos alvéolos da glândula
mamária. Níveis elevados
de progesterona inibem o cio e o “pico ovulatório”
de LH. Os efeitos da progesterona geralmente acontecem após o órgão alvo ter
sido alvo da ação dos estrógenos.
Este “priming” estrogênico
possibilita um sinergismo na ação
destes dois hormônios. A
progesterona exerce também uma ação imuno
supressora, impedindo que a mãe rejeite o feto, pois este possui
antígenos de origem paterna que são incompatíveis
com os seus (McDONALD, 1988 e
HAFEZ, 1993).
- ESTRÓGENO : 17ß-estradiol é o estrógeno primário, com estrona e
estriol representando outras formas ativas
de hormônios estrogênicos. É
produzido pelas células da granulosa e da teca interna dos folículos, através
de precrursores androgênicos, sob a ação sinérgica do FSH e LH. Receptores ao LH estão presentes nas
células tecais, enquanto as células da granulosa dos folículos em desenvolvimento possuem receptores ao FSH. A interação entre as células da
granulosa e da teca é essencial para a esteroidogênese folicular, conforme
mostra a Fi gura 2.
A principal função do 17ß-estradiol é o
desenvolvimento e manutenção da
estrutura funcional dos órgãos sexuais femininos,
estimulando a síntese proteíca e mitose
dos órgãos estrógeno dependentes. As características sexuais secundárias
e desenvolvimento da glândula mamária estão
sob influência dos estrógenos, que também são
responsáveis pela receptividade sexual
da fêmea à cópula, no momento do estro. Todos os sinais externos de
cio, tais como edema de vulva,
aceitação da monta, corrimento de muco cristalino e transparente e outros,
assim como aqueles que acontecem nos
órgãos internos: aumento da
vascularização e irrigação sanguínea, aumento
do tônus uterino e secreção de muco,
são diretamente dependentes
dos estrógenos. Também inibe o crescimento ósseo promovendo a ossificação das epífises (McDONALD,1989 e HAFEZ, 1993).
-
PROGESTERONA
: produzida pelo CL e pela placenta,
é necessária para a manutenção da
gestação. Ela prepara o endométrio para
a implantação, através do aumento na secreção de suas glândulas,
produzindo o “leite uterino” e pela diminuição das contrações do miométrio. Estimula o
desenvolvimento dos alvéolos da glândula
mamária. Níveis elevados
de progesterona inibem o cio e o “pico ovulatório”
de LH. Os efeitos da progesterona geralmente acontecem após o órgão alvo ter
sido alvo da ação dos estrógenos.
Este “priming” estrogênico
possibilita um sinergismo na ação
destes dois hormônios. A
progesterona exerce também uma ação imuno
supressora, impedindo que a mãe rejeite o feto, pois este possui
antígenos de origem paterna que são incompatíveis
com os seus (McDONALD, 1988 e
HAFEZ, 1993).
1.3.3. OUTROS HORMÔNIOS
- PGF2 : a prostaglandina F2 alpha (PGF) é um hormônio luteolítico, produzido pelas células do endométrio uterino. Ela controla o tempo de duração do CL, que
por sua vez regula o comprimento do
ciclo estral. Na vaca gestante, entre o
16o -19o dia após a fecundação, o embrião produz
algumas proteínas de baixo peso molecular, entre as quais se inclui
a “proteína-1 trofoblástica bovina (bTP-1)” que
inibe a produção uterina de PGF,
possibilitando assim a permanência
do CL durante toda a gestação.
Existem relatos que o concepto bovino também produz PGE2, que exerce uma ação
protetora na manutenção do CL (BAZER, et al., 1993).
-
OCITOCINA
: é produzida no hipotálamo e armazenada na neuro-hipófise, tendo como ação principal promover a contração da musculatura lisa do útero e dos ovidutos,
auxiliando assim o transporte dos gametas
masculino e feminino. Exerce ação
importante na ejeção do leite
(HAFEZ, 1993).
A ocitocina também está envolvida na liberação de PGF2 pelo útero. O
mecanismo envolve a formação de receptores à ocitocina, nas células
endometriais, induzida pelo estrógeno. Ela promove a ativação desses
receptores, resultando na síntese e liberação da PGF2 (PINEDA, 1988).
- PGF2 : a prostaglandina F2 alpha (PGF) é um hormônio luteolítico, produzido pelas células do endométrio uterino. Ela controla o tempo de duração do CL, que
por sua vez regula o comprimento do
ciclo estral. Na vaca gestante, entre o
16o -19o dia após a fecundação, o embrião produz
algumas proteínas de baixo peso molecular, entre as quais se inclui
a “proteína-1 trofoblástica bovina (bTP-1)” que
inibe a produção uterina de PGF,
possibilitando assim a permanência
do CL durante toda a gestação.
Existem relatos que o concepto bovino também produz PGE2, que exerce uma ação
protetora na manutenção do CL (BAZER, et al., 1993).
-
OCITOCINA
: é produzida no hipotálamo e armazenada na neuro-hipófise, tendo como ação principal promover a contração da musculatura lisa do útero e dos ovidutos,
auxiliando assim o transporte dos gametas
masculino e feminino. Exerce ação
importante na ejeção do leite
(HAFEZ, 1993).
A ocitocina também está envolvida na liberação de PGF2 pelo útero. O
mecanismo envolve a formação de receptores à ocitocina, nas células
endometriais, induzida pelo estrógeno. Ela promove a ativação desses
receptores, resultando na síntese e liberação da PGF2 (PINEDA, 1988).
1.4. FASES DO CICLO ESTRAL
O comprimento do
ciclo estral é variável. Na vaca apresenta a duração média de 21 dias, com uma variação
de 4
dias, sendo ligeiramente menor nas
novilhas. Durante esse
período acontecem mudanças morfológicas no
trato reprodutivo bem como no comportamento
da fêmea, tornando possível a
sua divisão em quatro fases: proestro, estro ou cio, metaestro e diestro.
Durante o proestro ocorre a diminuição da produção de progesterona pelo CL devido à sua
luteólise. Como consequência da diminuição dos níveis de progesterona,
ocorre redução no feedback negativo a nível de hipotálamo e hipófise com
posterior descarga dos hormônios GnRH, FSH
e LH. Há um aumento também na concentração de estradiol, que alcança o máximo no dia do estro. Nessa fase o
folículo ovariano pode ser facilmente palpável acompanhado de um CL em regressão.
Na fase de estro ou cio, cuja duração varia de 12 a 22 horas, a fêmea torna-se receptível à monta
em consequência da ação dos estrógenos, que nesse momento atinge
a secreção máxima pelos folículos ovarianos.
Logo após o final do estro(10 a 12 horas ) ocorre a
ovulação e posterior formação do CL (metaestro: duração de 2 a 4 dias). Havendo
a fecundação esse CL permanecerá no ovário durante toda a gestação, caso
contrário a sua regressão acontecerá entre o l6º e o 19o dia após o cio, iniciando um novo ciclo estral. O
período de atividade do CL é chamada de fase luteal (também conhecida como
período de diestro) e dura de 16 a 17 dias. Já a fase folicular, que vai da
regressão do CL até a ovulação, é relativamente
curta: de 3 a 6 dias, na vaca. Durante a fase luteal o SGF está
“quiescente” devido a ação da progesterona, que se encontra em alta
concentração na corrente circulatória.
O comprimento do
ciclo estral é variável. Na vaca apresenta a duração média de 21 dias, com uma variação
de 4
dias, sendo ligeiramente menor nas
novilhas. Durante esse
período acontecem mudanças morfológicas no
trato reprodutivo bem como no comportamento
da fêmea, tornando possível a
sua divisão em quatro fases: proestro, estro ou cio, metaestro e diestro.
Durante o proestro ocorre a diminuição da produção de progesterona pelo CL devido à sua
luteólise. Como consequência da diminuição dos níveis de progesterona,
ocorre redução no feedback negativo a nível de hipotálamo e hipófise com
posterior descarga dos hormônios GnRH, FSH
e LH. Há um aumento também na concentração de estradiol, que alcança o máximo no dia do estro. Nessa fase o
folículo ovariano pode ser facilmente palpável acompanhado de um CL em regressão.
Na fase de estro ou cio, cuja duração varia de 12 a 22 horas, a fêmea torna-se receptível à monta
em consequência da ação dos estrógenos, que nesse momento atinge
a secreção máxima pelos folículos ovarianos.
Logo após o final do estro(10 a 12 horas ) ocorre a
ovulação e posterior formação do CL (metaestro: duração de 2 a 4 dias). Havendo
a fecundação esse CL permanecerá no ovário durante toda a gestação, caso
contrário a sua regressão acontecerá entre o l6º e o 19o dia após o cio, iniciando um novo ciclo estral. O
período de atividade do CL é chamada de fase luteal (também conhecida como
período de diestro) e dura de 16 a 17 dias. Já a fase folicular, que vai da
regressão do CL até a ovulação, é relativamente
curta: de 3 a 6 dias, na vaca. Durante a fase luteal o SGF está
“quiescente” devido a ação da progesterona, que se encontra em alta
concentração na corrente circulatória.
1.5. FOLICULOGÊNESE
A formação do
“pool” de folículos primordiais começa durante a vida fetal e
está completa ao nascimento. O
desenvolvimento folicular é contínuo durante toda a vida reprodutiva da fêmea, começando assim que os folículos primordiais são formados e só termina quando
se exaure o “pool” de folículos. O processo de crescimento de um folículo primordial
é contínuo, até que este sofra ovulação ou torne-se atrésico (PETERS et al., 1975). A maioria dos folículos em crescimento sofre atresia em qualquer
estágio de desenvolvimento. Estima-se que
apenas 0.1 - 0.2% dos folículos primordiais
se desenvolverá até a ovulação (IRELAND, 1987).
HSUEH et al.(1994), propuseram que o processo de
atresia folicular é controlado por um processo de morte celular
programada, denominado de apopitose.
Morfologicamente os folículos ovarianos podem ser
classificados em três grupos: primordiais (consiste de um ovócito
circundado por uma camada de células epiteliais); em crescimento (duas ou
mais camadas de células da granulosa em volta do ovócito) e de
Graaf ou vesicular (apresenta uma cavidade central - antro - com o
ovócito envolto por um agrupamento de células da granulosa chamado de “cumulus
oophorus” ) (PINEDA, 1988).
O padrão de crescimento
e desenvolvimento folicular durante o ciclo estral tem sido extensivamente estudado (GONG & WEBB,1996). Através de estudos histológicos, RAJAKOSKI (1960); SMEATON & ROBERTSON, (1971)
e IRELAND
(1987) concluíram que os folículos crescem continuamente durante o ciclo
estral até atingir a ovulação e o desenvolvimento ocorre sob a forma de ondas. Estudos recentes, usando
ultra-sonografia confirmaram esses
achados e mostraram que há duas ou
três ondas de desenvolvimento folicular durante o ciclo estral (SIROIS & FORTUNE, 1988; SAVIO et
al., 1988 e KNOPF et al.,1989). Cada onda é caracterizada pelo crescimento
simultâneo de cinco
a sete folículos
antrais de um “pool” de folículos
>5mm, sendo que um
destes cresce mais rapidamente enquanto os outros regridem. Esse folículo
continua crescer até
atingir o diâmetro de
aproximadamente 15mm,
permanecendo com este tamanho por dois a três dias antes da regressão,
quando então se inicia uma nova onda de desenvolvimento. Se a fase de
crescimento coincide com a luteólise, o folículo sofre uma rápida maturação
pré-ovulatória e eventualmente acontece a ovulação.
A foliculogênese, portanto, é um processo fisiológico
altamente complexo, porém bem coordenado. Atualmente está bem entendida a
função clássica do eixo hipotálamo-hipófise-ovários nesse processo. Estudos
recentes mostram uma grande importância de outros fatores endócrinos, bem como
de fatores intra-ovarianos sobre a foliculogênese (LOBB & DORRINGTON, 1992;
FINDLAY, 1994 e WEBB et al., 1994).
A formação do
“pool” de folículos primordiais começa durante a vida fetal e
está completa ao nascimento. O
desenvolvimento folicular é contínuo durante toda a vida reprodutiva da fêmea, começando assim que os folículos primordiais são formados e só termina quando
se exaure o “pool” de folículos. O processo de crescimento de um folículo primordial
é contínuo, até que este sofra ovulação ou torne-se atrésico (PETERS et al., 1975). A maioria dos folículos em crescimento sofre atresia em qualquer
estágio de desenvolvimento. Estima-se que
apenas 0.1 - 0.2% dos folículos primordiais
se desenvolverá até a ovulação (IRELAND, 1987).
HSUEH et al.(1994), propuseram que o processo de
atresia folicular é controlado por um processo de morte celular
programada, denominado de apopitose.
Morfologicamente os folículos ovarianos podem ser
classificados em três grupos: primordiais (consiste de um ovócito
circundado por uma camada de células epiteliais); em crescimento (duas ou
mais camadas de células da granulosa em volta do ovócito) e de
Graaf ou vesicular (apresenta uma cavidade central - antro - com o
ovócito envolto por um agrupamento de células da granulosa chamado de “cumulus
oophorus” ) (PINEDA, 1988).
O padrão de crescimento
e desenvolvimento folicular durante o ciclo estral tem sido extensivamente estudado (GONG & WEBB,1996). Através de estudos histológicos, RAJAKOSKI (1960); SMEATON & ROBERTSON, (1971)
e IRELAND
(1987) concluíram que os folículos crescem continuamente durante o ciclo
estral até atingir a ovulação e o desenvolvimento ocorre sob a forma de ondas. Estudos recentes, usando
ultra-sonografia confirmaram esses
achados e mostraram que há duas ou
três ondas de desenvolvimento folicular durante o ciclo estral (SIROIS & FORTUNE, 1988; SAVIO et
al., 1988 e KNOPF et al.,1989). Cada onda é caracterizada pelo crescimento
simultâneo de cinco
a sete folículos
antrais de um “pool” de folículos
>5mm, sendo que um
destes cresce mais rapidamente enquanto os outros regridem. Esse folículo
continua crescer até
atingir o diâmetro de
aproximadamente 15mm,
permanecendo com este tamanho por dois a três dias antes da regressão,
quando então se inicia uma nova onda de desenvolvimento. Se a fase de
crescimento coincide com a luteólise, o folículo sofre uma rápida maturação
pré-ovulatória e eventualmente acontece a ovulação.
A foliculogênese, portanto, é um processo fisiológico
altamente complexo, porém bem coordenado. Atualmente está bem entendida a
função clássica do eixo hipotálamo-hipófise-ovários nesse processo. Estudos
recentes mostram uma grande importância de outros fatores endócrinos, bem como
de fatores intra-ovarianos sobre a foliculogênese (LOBB & DORRINGTON, 1992;
FINDLAY, 1994 e WEBB et al., 1994).
1.5.1.
GONADOTROPINAS, ESTERÓIDES OVARIANOS E PROTEÍNAS
FOLICULARES
As gonadotropinas hipofisárias, FSH e LH, atuam diretamente
no crescimento e
desenvolvimento embrionário. Entretanto,
trabalhos recentes mostram que os
estágios iniciais da foliculogênese não são dependentes do suporte
gonadotrófico. HAFEZ(1993) afirma que
o desenvolvimento do folículo até o
estágio de formação do antro não
depende das gonadotropinas. Porém, daí
em diante a participação do FSH e LH é
fundamental para o término do processo. Em bovinos, GONG & WEBB (1996) mostraram que
com a supressão da secreção pulsátil de LH,
através do uso de um antagonista do GnRH,
o crescimento dos folículos
foi suspenso quando o diâmetro atingiu
7 - 9mm. Com a supressão de FSH e LH nenhum
folículo >4mm foi observado. Concluem
afirmando que o FSH exerce um papel crítico no recrutamento de folículos
a partir do “pool” inicial,
enquanto que o LH pode estar envolvido na seleção do folículo dominante.Além disso, mRNA de
receptores ao FSH é encontrado em folículos >2mm
em diâmetro, enquanto mRNA de receptor ao LH nas células da granulosa podem ser detectados somente quando
os folículos estão >9mm.(XU et
al., 1995).
Vários outros hormônios:
estradiol, androstenediona, progesterona e testosterona, assim como proteínas foliculares: inibina e
ativina, também exercem ações fundamentais no controle intra-ovariano da
foliculogênese. Em geral, estradiol e
ativina promovem crescimento e
diferenciação folicular, prevenindo a luteinização prematura dos folículos, enquanto andrógenos, progesterona,
inibina e folistatina parecem atuar na direção oposta (IRELAND, 1987; HSUEH et
al., 1994 e FINDLAY, 1994).
As gonadotropinas hipofisárias, FSH e LH, atuam diretamente
no crescimento e
desenvolvimento embrionário. Entretanto,
trabalhos recentes mostram que os
estágios iniciais da foliculogênese não são dependentes do suporte
gonadotrófico. HAFEZ(1993) afirma que
o desenvolvimento do folículo até o
estágio de formação do antro não
depende das gonadotropinas. Porém, daí
em diante a participação do FSH e LH é
fundamental para o término do processo. Em bovinos, GONG & WEBB (1996) mostraram que
com a supressão da secreção pulsátil de LH,
através do uso de um antagonista do GnRH,
o crescimento dos folículos
foi suspenso quando o diâmetro atingiu
7 - 9mm. Com a supressão de FSH e LH nenhum
folículo >4mm foi observado. Concluem
afirmando que o FSH exerce um papel crítico no recrutamento de folículos
a partir do “pool” inicial,
enquanto que o LH pode estar envolvido na seleção do folículo dominante.Além disso, mRNA de
receptores ao FSH é encontrado em folículos >2mm
em diâmetro, enquanto mRNA de receptor ao LH nas células da granulosa podem ser detectados somente quando
os folículos estão >9mm.(XU et
al., 1995).
Vários outros hormônios:
estradiol, androstenediona, progesterona e testosterona, assim como proteínas foliculares: inibina e
ativina, também exercem ações fundamentais no controle intra-ovariano da
foliculogênese. Em geral, estradiol e
ativina promovem crescimento e
diferenciação folicular, prevenindo a luteinização prematura dos folículos, enquanto andrógenos, progesterona,
inibina e folistatina parecem atuar na direção oposta (IRELAND, 1987; HSUEH et
al., 1994 e FINDLAY, 1994).
1.5.2. FATORES ENDÓCRINOS NÃO-GONADOTRÓFICOS
PELL & BATES (1990) sugerem que mudanças em
hormônios metabólicos, tais com
GH, insulina e
insulin-like growth factor
(IGF), que consistentemente
acompanham as alterações
induzidas pela nutrição em energia corporal e balanço proteíco, podem afetar a
função ovariana diretamente ou
através da ação gonadotrófica. GONG et al. (1991) demonstraram que o uso de rGH
em novilhas aumenta, em aproximadamente duas vezes, o número de folículos de 2 - 5mm. Este resultado demonstra um aumento no recrutamento de pequenos folículos, pois o número de
folículos médios e grandes não foi
alterado. Mostraram ainda que o uso de rGH aumenta as concentrações de GH, IGF-I e insulina, sem nenhuma
alteração nos níveis de FSH e LH, sugerindo uma ação direta dos primeiros
a nível ovariano. Esta
hipótese foi reforçada por LUCY et al. (1993) que constatou a não expressão de
receptores ao GH pelas células foliculares.
Para GONG & WEBB (1996) estes e outros estudos
mostram que os hormônios metabólicos (GH, IGF-I e insulina) estão envolvidos
nos estágios iniciais da foliculogênese, promovendo o aumento da população de
folículos gonadotropina- dependentes.
PELL & BATES (1990) sugerem que mudanças em
hormônios metabólicos, tais com
GH, insulina e
insulin-like growth factor
(IGF), que consistentemente
acompanham as alterações
induzidas pela nutrição em energia corporal e balanço proteíco, podem afetar a
função ovariana diretamente ou
através da ação gonadotrófica. GONG et al. (1991) demonstraram que o uso de rGH
em novilhas aumenta, em aproximadamente duas vezes, o número de folículos de 2 - 5mm. Este resultado demonstra um aumento no recrutamento de pequenos folículos, pois o número de
folículos médios e grandes não foi
alterado. Mostraram ainda que o uso de rGH aumenta as concentrações de GH, IGF-I e insulina, sem nenhuma
alteração nos níveis de FSH e LH, sugerindo uma ação direta dos primeiros
a nível ovariano. Esta
hipótese foi reforçada por LUCY et al. (1993) que constatou a não expressão de
receptores ao GH pelas células foliculares.
Para GONG & WEBB (1996) estes e outros estudos
mostram que os hormônios metabólicos (GH, IGF-I e insulina) estão envolvidos
nos estágios iniciais da foliculogênese, promovendo o aumento da população de
folículos gonadotropina- dependentes.
1.5.3. FATORES INTRA-OVARIANOS
Entre vários reguladores intra-ovarianos
identificados, fatores de crescimento tais como IGF, TGF- (transforming
growth factor), TGF-ß, EGF (epidermal growth factor) e FGF (fibroblastic growth
factor) têm sido objeto de extensiva investigação. LOBB & DORRINGTON (1992)
demonstraram que IGF e TGF-ß podem aumentar o estímulo gonadotrófico para a
diferenciação das células foliculares.
Em uma revisão
feita por GONG & WEBB (1996) há o relato de diversas
pesquisas mostrando que EGF, TGF-, FGF e inibina inibem a função ovariana, enquanto IGF-I e insulina apresentam efeito estimulatório. Acrescentam ainda que a
expressão diferencial desses fatores estimulatórios e inibitórios e/ou seus
receptores provavelmente determinam o
destino de um determinado folículo
dentro de um “pool” submetido ao mesmo ambiente gonadotrófico.
Entre vários reguladores intra-ovarianos
identificados, fatores de crescimento tais como IGF, TGF- (transforming
growth factor), TGF-ß, EGF (epidermal growth factor) e FGF (fibroblastic growth
factor) têm sido objeto de extensiva investigação. LOBB & DORRINGTON (1992)
demonstraram que IGF e TGF-ß podem aumentar o estímulo gonadotrófico para a
diferenciação das células foliculares.
Em uma revisão
feita por GONG & WEBB (1996) há o relato de diversas
pesquisas mostrando que EGF, TGF-, FGF e inibina inibem a função ovariana, enquanto IGF-I e insulina apresentam efeito estimulatório. Acrescentam ainda que a
expressão diferencial desses fatores estimulatórios e inibitórios e/ou seus
receptores provavelmente determinam o
destino de um determinado folículo
dentro de um “pool” submetido ao mesmo ambiente gonadotrófico.
1.5.4. DOMINÂNCIA FOLICULAR
Um dos fenômenos
mais intrigante dentro da foliculogênese é a dominância folicular. Este é o processo, através do qual um
folículo selecionado continua a desenvolver, enquanto os subordinados sofrem
atresia (GONG & WEBB, 1996). A dominância é tão acentuada em bovinos que em mais de 95% das ondas foliculares somente um folículo torna-se dominante. O mecanismo dessa dominância ainda
não está totalmente entendido.
Inicialmente acreditava ser devido
ao feedback negativo exercido pelo estradiol e/ou inibina produzidos pelo
folículo ovulatório (WEBB & MORRIS,1988). Recentemente, novas
evidências sugerem um mecanismo alternativo,
através do qual o folículo dominante secreta
um fator que inibe diretamente o
desenvolvimento dos folículos subordinados. A identidade deste fator ainda não
é conhecida, mas a sua ação provavelmente seja sistêmica pois o desenvolvimento de um
folículo dominante em um dos ovários reduz o número e o crescimento dos
subordinados em ambos ovários (GINTHER, et al.,1989 e GONG et al., 1993).
GONG & WEBB (1996) completam afirmando que a dominância
folicular exerce uma função
importante na seleção do folículo ovulatório, resultando em um controle
rigoroso na taxa natural de ovulação, especialmente
em bovinos. A dominância parece ser controlada por mecanismos que agem em sincronia. Isso
inclui alterações na secreção de gonadotropinas por meio do mecanismo de
feedback, produção dos “fatores dominantes”
que podem inibir diretamente o
desenvolvimento dos folículos
subordinados e a secreção de fatores
que podem aumentar a resposta do
folículo dominante às
gonadotropinas. A identificação desses fatores pode ser a chave que permitirá alcançar melhores resultados na manipulação
fisiológica da taxa de ovulação e do desempenho reprodutivo.
Um dos fenômenos
mais intrigante dentro da foliculogênese é a dominância folicular. Este é o processo, através do qual um
folículo selecionado continua a desenvolver, enquanto os subordinados sofrem
atresia (GONG & WEBB, 1996). A dominância é tão acentuada em bovinos que em mais de 95% das ondas foliculares somente um folículo torna-se dominante. O mecanismo dessa dominância ainda
não está totalmente entendido.
Inicialmente acreditava ser devido
ao feedback negativo exercido pelo estradiol e/ou inibina produzidos pelo
folículo ovulatório (WEBB & MORRIS,1988). Recentemente, novas
evidências sugerem um mecanismo alternativo,
através do qual o folículo dominante secreta
um fator que inibe diretamente o
desenvolvimento dos folículos subordinados. A identidade deste fator ainda não
é conhecida, mas a sua ação provavelmente seja sistêmica pois o desenvolvimento de um
folículo dominante em um dos ovários reduz o número e o crescimento dos
subordinados em ambos ovários (GINTHER, et al.,1989 e GONG et al., 1993).
GONG & WEBB (1996) completam afirmando que a dominância
folicular exerce uma função
importante na seleção do folículo ovulatório, resultando em um controle
rigoroso na taxa natural de ovulação, especialmente
em bovinos. A dominância parece ser controlada por mecanismos que agem em sincronia. Isso
inclui alterações na secreção de gonadotropinas por meio do mecanismo de
feedback, produção dos “fatores dominantes”
que podem inibir diretamente o
desenvolvimento dos folículos
subordinados e a secreção de fatores
que podem aumentar a resposta do
folículo dominante às
gonadotropinas. A identificação desses fatores pode ser a chave que permitirá alcançar melhores resultados na manipulação
fisiológica da taxa de ovulação e do desempenho reprodutivo.
2. GESTAÇÃO E PARTO
Após
a fecundação, o desenvolvimento embrionário e fetal acontece dentro do útero.
Esse período de vida intrauterina é denominado de gestação. McDONALD, (1988) e
JAINUDEEN & HAFEZ,(1993) dividem o período de gestação em três fases: período de ovo ou zigoto; período de
embrião e período fetal.
-
período de ovo ou zigoto: começa com a fecundação
e vai até o momento em que é feito a primeira fixação ao endométrio. Iniciam-se as divisões celulares e dentro de quatro dias o
zigoto tem 16 células. Ao final do 4o - 5o dia ele alcança a junção
útero-tubárica, passando então para o útero. Logo após a ovulação os níveis de
progesterona aumentam e em
sinergismo com o estrógeno promovem
mudanças no endométrio e miométrio. As glândulas uterinas tornam-se ramificadas e secretam um muco espesso (leite uterino) que serve como meio
nutriente para o zigoto, enquanto o miométrio
torna-se relaxado. Em torno
do 8o dia ocorre a
ruptura da zona pelúcida e uma massa celular em crescimento, chamada de botão embrionário,
é liberada na luz uterina. Nesse momento as células do trofoblasto começam a formar a placenta.
-
período de embrião: vai do 15o ao 45o dia. Esse período é caracterizado
pela formação dos órgãos e sistemas, formação da placenta e implantação ao endométrio uterino.
-
período fetal: é o período mais longo. Começa ao 46o dia e termina com o parto. Ocorrem grandes transformações no útero, feto e placenta
durante essa fase. A quase totalidade do crescimento fetal acontece nesse período.
Após
a fecundação, o desenvolvimento embrionário e fetal acontece dentro do útero.
Esse período de vida intrauterina é denominado de gestação. McDONALD, (1988) e
JAINUDEEN & HAFEZ,(1993) dividem o período de gestação em três fases: período de ovo ou zigoto; período de
embrião e período fetal.
-
período de ovo ou zigoto: começa com a fecundação
e vai até o momento em que é feito a primeira fixação ao endométrio. Iniciam-se as divisões celulares e dentro de quatro dias o
zigoto tem 16 células. Ao final do 4o - 5o dia ele alcança a junção
útero-tubárica, passando então para o útero. Logo após a ovulação os níveis de
progesterona aumentam e em
sinergismo com o estrógeno promovem
mudanças no endométrio e miométrio. As glândulas uterinas tornam-se ramificadas e secretam um muco espesso (leite uterino) que serve como meio
nutriente para o zigoto, enquanto o miométrio
torna-se relaxado. Em torno
do 8o dia ocorre a
ruptura da zona pelúcida e uma massa celular em crescimento, chamada de botão embrionário,
é liberada na luz uterina. Nesse momento as células do trofoblasto começam a formar a placenta.
-
período de embrião: vai do 15o ao 45o dia. Esse período é caracterizado
pela formação dos órgãos e sistemas, formação da placenta e implantação ao endométrio uterino.
-
período fetal: é o período mais longo. Começa ao 46o dia e termina com o parto. Ocorrem grandes transformações no útero, feto e placenta
durante essa fase. A quase totalidade do crescimento fetal acontece nesse período.
2.1.
DURAÇÃO DA GESTAÇÃO
A duração da gestação é geneticamente determinado, embora possa ser modificado por fatores materno, fetal e ambiental. A idade da mãe, por
exemplo, pode influenciar o comprimento da
gestação. Novilhas geralmente apresentam períodos mais
curtos de gestação que vacas. Gestações com feto macho demoram um a dois
dias a mais que aquelas com fêmeas. A Tabela 1 mostra a duração média da
gestação em algumas raças bovinas.
TABELA 1.
Duração de gestação em diferentes raças
Raça
Duração média (dias)
Variação
Holstein
279
262 - 309
Jersey
279
270
- 285
Aberdeen - angus
279
-
Hereford
285
243
- 316
Shorthorn
283
273
- 294
Zebu
(Brahman)
292
271
- 310
Fonte:
JAINUDEEN & HAFEZ (1993)
A duração da gestação é geneticamente determinado, embora possa ser modificado por fatores materno, fetal e ambiental. A idade da mãe, por
exemplo, pode influenciar o comprimento da
gestação. Novilhas geralmente apresentam períodos mais
curtos de gestação que vacas. Gestações com feto macho demoram um a dois
dias a mais que aquelas com fêmeas. A Tabela 1 mostra a duração média da
gestação em algumas raças bovinas.
TABELA 1.
Duração de gestação em diferentes raças
Raça
|
Duração média (dias)
|
Variação
|
Holstein
|
279
|
262 - 309
|
Jersey
|
279
|
270
- 285
|
Aberdeen - angus
|
279
|
-
|
Hereford
|
285
|
243
- 316
|
Shorthorn
|
283
|
273
- 294
|
Zebu
(Brahman)
|
292
|
271
- 310
|
Fonte:
JAINUDEEN & HAFEZ (1993)
2.2.
CRESCIMENTO DO
ÚTERO E FETO
As membranas fetais
e o feto crescem em ritmos diferentes.
A placenta cresce mais rápido no
início da gestação, havendo um grande acúmulo
de líquido durante a primeira metade
da gestação. Esse crescimento requer
menos energia que aquele do feto,
fazendo com que o requerimento em
energia durante esse período seja baixo. Durante
a segunda metade da gestação
a quantidade necessária de energia aumenta
acentuadamente, porque é nesse momento
que o feto experimenta a maior intensidade do seu crescimento. Metade do aumento no peso fetal acontece nos dois últimos
meses de gestação.
É importante
mencionar que a fêmea gestante
deve receber uma dieta balanceada
durante toda a gestação, incluindo quantidades corretas de minerais, vitaminas, proteínas e energia.
Em vacas super-alimentadas pode
acontecer depósitos de gordura na glândula mamária,
substituindo o tecido secretor, tornando a glândula incapaz de atingir a
sua produção máxima.
As membranas fetais
e o feto crescem em ritmos diferentes.
A placenta cresce mais rápido no
início da gestação, havendo um grande acúmulo
de líquido durante a primeira metade
da gestação. Esse crescimento requer
menos energia que aquele do feto,
fazendo com que o requerimento em
energia durante esse período seja baixo. Durante
a segunda metade da gestação
a quantidade necessária de energia aumenta
acentuadamente, porque é nesse momento
que o feto experimenta a maior intensidade do seu crescimento. Metade do aumento no peso fetal acontece nos dois últimos
meses de gestação.
É importante
mencionar que a fêmea gestante
deve receber uma dieta balanceada
durante toda a gestação, incluindo quantidades corretas de minerais, vitaminas, proteínas e energia.
Em vacas super-alimentadas pode
acontecer depósitos de gordura na glândula mamária,
substituindo o tecido secretor, tornando a glândula incapaz de atingir a
sua produção máxima.
2.3.
FUNÇÕES DA PLACENTA
A placenta exerce muitas funções, substituindo o trato
gastrointestinal, pulmão, rins, fígado e glândulas endócrinas. Apesar da
circulação materna e fetal estarem bastante próximas, permitindo que o oxigênio
passe do sentido materno para o fetal, o sangue do feto nunca se mistura com o
da mãe.
Através da placenta também
ocorre a troca de nutrientes entre as duas circulações. Glicose,
aminoácidos, vitaminas
e minerais passam na direção
do feto,
possibilitando o seu crescimento. Acetato, lactato e aminoácidos são
importantes substratos para a produção de energia (JAINUDEEN & HAFEZ,
1993).
A placenta exerce muitas funções, substituindo o trato
gastrointestinal, pulmão, rins, fígado e glândulas endócrinas. Apesar da
circulação materna e fetal estarem bastante próximas, permitindo que o oxigênio
passe do sentido materno para o fetal, o sangue do feto nunca se mistura com o
da mãe.
Através da placenta também
ocorre a troca de nutrientes entre as duas circulações. Glicose,
aminoácidos, vitaminas
e minerais passam na direção
do feto,
possibilitando o seu crescimento. Acetato, lactato e aminoácidos são
importantes substratos para a produção de energia (JAINUDEEN & HAFEZ,
1993).
2.4.
PARTO
É o
processo fisiológico da expulsão do feto e placenta do organismo materno.
A maioria dos
sinais de proximidade do parto estão
relacionados com mudanças nos ligamentos pélvicos, edema de vulva e atividade mamária. É frequente o isolamento da vaca antes do começo
do trabalho de parto.
O relaxamento da
via fetal óssea (sínfise pubiana) e dos ligamentos pélvicos é evidente na vaca,
devido principalmente ao tamanho do
feto que vai nascer. A relaxina, um hormônio produzido pelos ovários, estimula a síntese de estrógenos para que
ocorra o relaxamento do canal do parto.
Segundo JAINUDEEN &
HAFEZ (1993) uma das descobertas mais excitantes
na fisiologia reprodutiva foi a de que o feto, não a mãe, é quem controla os mecanismos que estimulam o começo do
trabalho de parto na maioria dos mamíferos. No final da gestação ocorre um aumento significativo nas concentrações plasmáticas
de cortisol, produzido pela adrenal do feto.
Para THORBURN (1991)
o aumento da demanda metabólica na placenta durante a fase de rápido crescimento fetal (último trimestre) estimula a produção placentária de PGE2, a
qual por sua vez ativa o eixo hipatálamo-hipófise-adrenal
fetal, possibilitando um aumento na
concentração de cortisol fetal. Como consequência
a placenta converte progesterona em estrógenos, que passam a estimular a secreção de PGF2 e desenvolvimento de receptores à ocitocina.
Essa PGF2 promove a regressão do CL e queda nos níveis de
progesterona. McDONALD (1989) afirma que uma grande distensão vaginal, na vaca, causa um aumento na liberação de ocitocina, hormônio responsável pelas contrações
uterina para a expulsão do feto. Variações nos níveis hormonais próximo ao parto podem ser vistas na Figura 3.
É o
processo fisiológico da expulsão do feto e placenta do organismo materno.
A maioria dos
sinais de proximidade do parto estão
relacionados com mudanças nos ligamentos pélvicos, edema de vulva e atividade mamária. É frequente o isolamento da vaca antes do começo
do trabalho de parto.
O relaxamento da
via fetal óssea (sínfise pubiana) e dos ligamentos pélvicos é evidente na vaca,
devido principalmente ao tamanho do
feto que vai nascer. A relaxina, um hormônio produzido pelos ovários, estimula a síntese de estrógenos para que
ocorra o relaxamento do canal do parto.
Segundo JAINUDEEN &
HAFEZ (1993) uma das descobertas mais excitantes
na fisiologia reprodutiva foi a de que o feto, não a mãe, é quem controla os mecanismos que estimulam o começo do
trabalho de parto na maioria dos mamíferos. No final da gestação ocorre um aumento significativo nas concentrações plasmáticas
de cortisol, produzido pela adrenal do feto.
Para THORBURN (1991)
o aumento da demanda metabólica na placenta durante a fase de rápido crescimento fetal (último trimestre) estimula a produção placentária de PGE2, a
qual por sua vez ativa o eixo hipatálamo-hipófise-adrenal
fetal, possibilitando um aumento na
concentração de cortisol fetal. Como consequência
a placenta converte progesterona em estrógenos, que passam a estimular a secreção de PGF2 e desenvolvimento de receptores à ocitocina.
Essa PGF2 promove a regressão do CL e queda nos níveis de
progesterona. McDONALD (1989) afirma que uma grande distensão vaginal, na vaca, causa um aumento na liberação de ocitocina, hormônio responsável pelas contrações
uterina para a expulsão do feto. Variações nos níveis hormonais próximo ao parto podem ser vistas na Figura 3.
2.5.
CUIDADOS COM O RECÉM-NASCIDO
São muitos os aspectos que devem ser observados logo
após o nascimento do feto. Dentre eles podemos destacar a ingestão do colostro - prática de fundamental importância para a
proteção do recém-nascido, visto que a passagem de imunoglobulinas via
placentária é quase inexistente na vaca. Então, é através do colostro que ele
adquire a proteção dos anticorpos nos primeiros dias de vida - e a desinfecção do córdão umbilical - o que
impede a penetração de agentes infecciosos, que por essa via poderiam chegar
até o fígado, causando problemas no desenvolvimento do bezerro.
3. ESTRATÉGIAS DE MANEJO PARA O RETORNO
AO CIO
A eficiência reprodutiva de um rebanho é uma das características mais importantes
sob o ponto de vista econômico, pois todos os índices de
produtividade que permitem a avaliação do rebanho são diretamente dependentes dessa eficiência.
É muito fácil de aceitar que a
rentabilidade econômica de uma empresa agropecuária, principalmente aquelas que exploram a
bovinocultura de corte, é altamente relacionada
com a reprodução. Portanto, a adoção de estratégias de manejo reprodutivo, que possibilitem alcançar índices adequados,
é vital para o sucesso econômico da
pecuária brasileira. Na Tabela 2, FONSECA (1995)
demonstra
os efeitos do período de
serviço - tempo decorrido entre o
parto e o primeiro cio fértil -
sobre a eficiência reprodutiva de um rebanho. Da análise desta tabela, fica
claro a necessidade de se adotar medidas de
manejo que possibilitem que a vaca
retorne ao cio, o mais rápido possível.
TABELA 2. Efeito do período de serviço e gestação sobre o intervalo entre partos e taxa de nascimento
Período de serviço (meses)
Gestação (meses)
Intervalo entre partos
(meses)
Taxa de nascimento(%)
14.4
9.5
24
50
10.5
9.5
20
60
8.5
9.5
18
65
7.5
9.5
17
70
6.5
9.5
16
75
5.5
9.5
15
80
4.5
9.5
14
86
3.5
9.5
13
90
2.5
9.5
12
100
Fonte: FONSECA (1995)
Da análise desta tabela concluímos que devemos
trabalhar para melhorar o período de serviço, se quisermos melhorar a
eficiência reprodutiva.
São muitos os aspectos que devem ser observados logo
após o nascimento do feto. Dentre eles podemos destacar a ingestão do colostro - prática de fundamental importância para a
proteção do recém-nascido, visto que a passagem de imunoglobulinas via
placentária é quase inexistente na vaca. Então, é através do colostro que ele
adquire a proteção dos anticorpos nos primeiros dias de vida - e a desinfecção do córdão umbilical - o que
impede a penetração de agentes infecciosos, que por essa via poderiam chegar
até o fígado, causando problemas no desenvolvimento do bezerro.
3. ESTRATÉGIAS DE MANEJO PARA O RETORNO
AO CIO
A eficiência reprodutiva de um rebanho é uma das características mais importantes
sob o ponto de vista econômico, pois todos os índices de
produtividade que permitem a avaliação do rebanho são diretamente dependentes dessa eficiência.
É muito fácil de aceitar que a
rentabilidade econômica de uma empresa agropecuária, principalmente aquelas que exploram a
bovinocultura de corte, é altamente relacionada
com a reprodução. Portanto, a adoção de estratégias de manejo reprodutivo, que possibilitem alcançar índices adequados,
é vital para o sucesso econômico da
pecuária brasileira. Na Tabela 2, FONSECA (1995)
demonstra
os efeitos do período de
serviço - tempo decorrido entre o
parto e o primeiro cio fértil -
sobre a eficiência reprodutiva de um rebanho. Da análise desta tabela, fica
claro a necessidade de se adotar medidas de
manejo que possibilitem que a vaca
retorne ao cio, o mais rápido possível.
TABELA 2. Efeito do período de serviço e gestação sobre o intervalo entre partos e taxa de nascimento
Período de serviço (meses)
|
Gestação (meses)
|
Intervalo entre partos
(meses)
|
Taxa de nascimento(%)
|
14.4
|
9.5
|
24
|
50
|
10.5
|
9.5
|
20
|
60
|
8.5
|
9.5
|
18
|
65
|
7.5
|
9.5
|
17
|
70
|
6.5
|
9.5
|
16
|
75
|
5.5
|
9.5
|
15
|
80
|
4.5
|
9.5
|
14
|
86
|
3.5
|
9.5
|
13
|
90
|
2.5
|
9.5
|
12
|
100
|
Fonte: FONSECA (1995)
Da análise desta tabela concluímos que devemos
trabalhar para melhorar o período de serviço, se quisermos melhorar a
eficiência reprodutiva.
3.1.
CONTROLE DA
AMAMENTAÇÃO
Entre os fatores que afetam o período de serviço, a
amamentação tem merecido lugar de destaque, pois várias pesquisas têm
demostrado que a presença da cria ao pé, em vacas de corte, atrasa o retorno ao
cio.
Trabalhos realizados no Brasil por FONSECA et al. (1981) e FONSECA et al.(1987)
demonstraram que a racionalização do manejo da amamentação apresentou
resultados significativos sobre o período de serviço, conforme mostra as
Tabelas 3 e 4.
TABELA
3. Efeito do método de amamentação sobre a taxa de concepção em vacas zebu
Tratamento
N°de vacas
Vacas em cio
Vacas gestantes
Manejo tradicional
(bezerro ao pé)
120
56 (46.6%)
47(39.2%
Manejo experimental (duas
mamadas por
119
87(73.1%)
68(57.2%
Fonte: FONSECA et al.(1981)
TABELA 4. Efeito de diferentes métodos de amamentação sobre a
manifestação de cios e gestação, em uma
estação de monta de 100 dias.
Tratamento
N°de animai
Vacas em cio
Vacas gestantes
I
34
20 (58.8%)
14 (41.2%)
II
33
24 (72.7%)
13 (39.2%)
III
34
26
(76.5%)
20
(58.8%)
IV
34
31
(91.2%)
22
(64.7%)
V
33
30
(90.1%)
24
(72.7%)
VI
34
30
(88.2%)
23
(67.6%)
Fonte: FONSECA et al. (1987)
Obs.: Descrição dos tratamentos:
I ⇒ manejo tradicional, com bezerro ao pé
II ⇒ semelhante ao
I, porém com a separação de bezerro por 48 horas no primeiro dia do experimento e
posteriormente, a intervalos regulares de 30 em 30 dias (SHANG).
III ⇒ amamentação duas
vezes/dia IV ⇒ associação do II e III
V ⇒ uma única mamada/dia VI ⇒ associação do II com o V
Analisando os dados da Tabela 4, observa-se que
qualquer das estratégias de manejo adotadas,
com exceção do SHANG, apresentou
resultados superiores aqueles encontrados com o manejo tradicional. Em relação
ao pêso dos bezerros, observou-se que não ocorreram diferenças
significativas entre os grupos, embora nas
primeiras pesagens, os animais dos tratamentos V e VI apresentassem pesos inferiores. Segundo os
autores, houve um ganho compensatório após
a desmama, o que era esperado, face
ao fato desses animais terem sido menos dependentes do leite materno e portanto adquirido um desenvolvimento mais precoce da flora ruminal,
reduzindo assim o stress da desmama.
Vários estudos realizados por WILLIAMS (1990) e WILLIAMS et
al. (1993) mostraram que o retorno da ciclicidade
ovariana e ovulação é adiada em consequência dos níveis pulsáteis de LH permanecerem abaixo daqueles necessários
para promover
o desenvolvimento dos folículos pre-ovulatórios. Essas pesquisas
evidenciaram também que existe uma “relação e/ou ligação mãe-filho” que seria o
fator responsável pela inibição da secreção de LH e da ovulação, nos casos de
presença contínua do bezerro junto à mãe.
Entre os fatores que afetam o período de serviço, a
amamentação tem merecido lugar de destaque, pois várias pesquisas têm
demostrado que a presença da cria ao pé, em vacas de corte, atrasa o retorno ao
cio.
Trabalhos realizados no Brasil por FONSECA et al. (1981) e FONSECA et al.(1987)
demonstraram que a racionalização do manejo da amamentação apresentou
resultados significativos sobre o período de serviço, conforme mostra as
Tabelas 3 e 4.
TABELA
3. Efeito do método de amamentação sobre a taxa de concepção em vacas zebu
Tratamento
|
N°de vacas
|
Vacas em cio
|
Vacas gestantes
|
Manejo tradicional
(bezerro ao pé)
|
120
|
56 (46.6%)
|
47(39.2%
|
Manejo experimental (duas
mamadas por
|
119
|
87(73.1%)
|
68(57.2%
|
Fonte: FONSECA et al.(1981)
|
TABELA 4. Efeito de diferentes métodos de amamentação sobre a
manifestação de cios e gestação, em uma
estação de monta de 100 dias.
Tratamento
|
N°de animai
|
Vacas em cio
|
Vacas gestantes
|
I
|
34
|
20 (58.8%)
|
14 (41.2%)
|
II
|
33
|
24 (72.7%)
|
13 (39.2%)
|
III
|
34
|
26
(76.5%)
|
20
(58.8%)
|
IV
|
34
|
31
(91.2%)
|
22
(64.7%)
|
V
|
33
|
30
(90.1%)
|
24
(72.7%)
|
VI
|
34
|
30
(88.2%)
|
23
(67.6%)
|
Fonte: FONSECA et al. (1987)
Obs.: Descrição dos tratamentos:
Obs.: Descrição dos tratamentos:
I ⇒ manejo tradicional, com bezerro ao pé
II ⇒ semelhante ao
I, porém com a separação de bezerro por 48 horas no primeiro dia do experimento e
posteriormente, a intervalos regulares de 30 em 30 dias (SHANG).
III ⇒ amamentação duas
vezes/dia IV ⇒ associação do II e III
V ⇒ uma única mamada/dia VI ⇒ associação do II com o V
Analisando os dados da Tabela 4, observa-se que
qualquer das estratégias de manejo adotadas,
com exceção do SHANG, apresentou
resultados superiores aqueles encontrados com o manejo tradicional. Em relação
ao pêso dos bezerros, observou-se que não ocorreram diferenças
significativas entre os grupos, embora nas
primeiras pesagens, os animais dos tratamentos V e VI apresentassem pesos inferiores. Segundo os
autores, houve um ganho compensatório após
a desmama, o que era esperado, face
ao fato desses animais terem sido menos dependentes do leite materno e portanto adquirido um desenvolvimento mais precoce da flora ruminal,
reduzindo assim o stress da desmama.
Vários estudos realizados por WILLIAMS (1990) e WILLIAMS et
al. (1993) mostraram que o retorno da ciclicidade
ovariana e ovulação é adiada em consequência dos níveis pulsáteis de LH permanecerem abaixo daqueles necessários
para promover
o desenvolvimento dos folículos pre-ovulatórios. Essas pesquisas
evidenciaram também que existe uma “relação e/ou ligação mãe-filho” que seria o
fator responsável pela inibição da secreção de LH e da ovulação, nos casos de
presença contínua do bezerro junto à mãe.
3.2.
INFLUÊNCIA DO MACHO
Tem sido demonstrado
que a presença do touro ou rufião junto às vacas, na fase puerperal, pode ser importante para estimular a retomada das funções reprodutivas, antecipando a manifestação de cios. Resultados de
trabalho realizado por NAASZ & MILLER (1990) comprovam esta afirmação, ao
encontrarem uma diferença de 16 dias,
em relação à manifestação de cios, a
favor do grupo de vacas expostas ao rufião,
42.2 e 58.3 dias, respectivamente.
Tem sido demonstrado
que a presença do touro ou rufião junto às vacas, na fase puerperal, pode ser importante para estimular a retomada das funções reprodutivas, antecipando a manifestação de cios. Resultados de
trabalho realizado por NAASZ & MILLER (1990) comprovam esta afirmação, ao
encontrarem uma diferença de 16 dias,
em relação à manifestação de cios, a
favor do grupo de vacas expostas ao rufião,
42.2 e 58.3 dias, respectivamente.
3.3.
INFLUÊNCIA DO
NÍVEL NUTRICIONAL
Para SHORT & ADAMS (1988) o nível nutricional
pré-parto é o fator mais importante na diminuição do intervalo
parto-primeira ovulação.
HOUGHTON et al.(1990) resume informações de diversos autores afirmando que o intervalo parto-primeiro cio e a taxa de prenhez são
influenciados pelo nível nutricional pré e pós-parto, condição corporal e amamentação. De acordo com esses autores,
vacas em moderada condição corporal
ao parto devem possuir no mínimo 15,8%
de gordura na carcaça, para poderem manter um
período aceitável, 60 dias, de anestro pós-parto. Vacas que parem com apenas 12,4% de gordura necessitam receber uma dieta contendo 130% das exigências
preconizadas pelo NRC, para que
consigam obter um intervalo parto-cio de 60 dias. Sugeram também que não se deve permitir mais
de 20% de gordura na carcaça, durante a estação reprodutiva, para que
possa se obter a máxima eficiência.
OLIVEIRA FILHO (1997)
trabalhando com vacas da raça Canchim,
suplementadas antes e depois do parto, encontrou 58.7; 112.13 e 108.2
dias de intervalo parto-cio, para os animais que receberam suplementação pré e
pós-parto e grupo controle (sem nenhuma
suplementação), respectivamente.
Para SHORT & ADAMS (1988) o nível nutricional
pré-parto é o fator mais importante na diminuição do intervalo
parto-primeira ovulação.
HOUGHTON et al.(1990) resume informações de diversos autores afirmando que o intervalo parto-primeiro cio e a taxa de prenhez são
influenciados pelo nível nutricional pré e pós-parto, condição corporal e amamentação. De acordo com esses autores,
vacas em moderada condição corporal
ao parto devem possuir no mínimo 15,8%
de gordura na carcaça, para poderem manter um
período aceitável, 60 dias, de anestro pós-parto. Vacas que parem com apenas 12,4% de gordura necessitam receber uma dieta contendo 130% das exigências
preconizadas pelo NRC, para que
consigam obter um intervalo parto-cio de 60 dias. Sugeram também que não se deve permitir mais
de 20% de gordura na carcaça, durante a estação reprodutiva, para que
possa se obter a máxima eficiência.
OLIVEIRA FILHO (1997)
trabalhando com vacas da raça Canchim,
suplementadas antes e depois do parto, encontrou 58.7; 112.13 e 108.2
dias de intervalo parto-cio, para os animais que receberam suplementação pré e
pós-parto e grupo controle (sem nenhuma
suplementação), respectivamente.
4. ESTAÇÃO DE MONTA
A estação de monta
é uma das primeiras medidas de manejo a ser implantada em uma fazenda, quando se quer melhorar a eficiência reprodutiva. O primeiro
impacto desta prática
é o de permitir,
ao final da estação, conhecer
a real situação
reprodutiva de cada vaca, tornando fácil para o técnico o planejamento e a eliminação das reprodutoras indesejáveis, isto é, aquelas que
nas mesmas condições das outras não
ficaram prenhas. Isto é o que se chama de
seleção para fertilidade e, sem dúvida, é a maior
vantagem da estação de monta
(FONSECA,1984). Ainda segundo este autor, as principais vantagens da
estação de monta são: concentração
dos trabalhos relacionados com a monta natural
ou inseminação artificial, com o nascimento e desmama dos bezerros, com o acabamento
e abate dos machos; descanso dos
touros e, especialmente, favorecer a seleção de vacas com maior habilidade materna.
Segundo ANDRADE et al. (1990) o criador de gado de
corte tem duas opções para adoção da estação de monta: uma no perído das águas, com reflexos negativos para o bezerro e outra na sêca com desvantagens
para as vacas. FONSECA (1984) acha insustentável uma estação de monta durante
os meses de junho, julho e agosto,
apesar das vantagens que traria para a cria que nascesse no início da sêca e
fosse desmamada na estação chuvosa. Para ele, a melhor alternativa seria o estabelecimento
da estação durante o período de chuva, quando é geralmente satisfeita a condição fisiológica da vaca para manifestar cios e ser fecundada.
É importante salientar a necessidade de se estabelecer
uma estação de monta diferenciada para as novilhas, pois estas, após o primeiro
parto, sofrem um grande desgaste e encontram dificuldades para o retorno da
ciclicidade ovariana e, de maneira geral, apresentam períodos mais longos de
intervalo parto-cio, podendo chegar ao final da segunda estação ainda em
anestro. FONSECA (1984) e
ANDRADE et al. (1990) também mostram evidências que recomendam a adoção de uma
estação de monta para vacas com duração máxima de 120 dias e para novilhas de
90 dias, com a estação destas começando 30 dias antes que a das vacas, o que
resulta em um período de 60 dias a mais de descanso para as novilhas.
A estação de monta
é uma das primeiras medidas de manejo a ser implantada em uma fazenda, quando se quer melhorar a eficiência reprodutiva. O primeiro
impacto desta prática
é o de permitir,
ao final da estação, conhecer
a real situação
reprodutiva de cada vaca, tornando fácil para o técnico o planejamento e a eliminação das reprodutoras indesejáveis, isto é, aquelas que
nas mesmas condições das outras não
ficaram prenhas. Isto é o que se chama de
seleção para fertilidade e, sem dúvida, é a maior
vantagem da estação de monta
(FONSECA,1984). Ainda segundo este autor, as principais vantagens da
estação de monta são: concentração
dos trabalhos relacionados com a monta natural
ou inseminação artificial, com o nascimento e desmama dos bezerros, com o acabamento
e abate dos machos; descanso dos
touros e, especialmente, favorecer a seleção de vacas com maior habilidade materna.
Segundo ANDRADE et al. (1990) o criador de gado de
corte tem duas opções para adoção da estação de monta: uma no perído das águas, com reflexos negativos para o bezerro e outra na sêca com desvantagens
para as vacas. FONSECA (1984) acha insustentável uma estação de monta durante
os meses de junho, julho e agosto,
apesar das vantagens que traria para a cria que nascesse no início da sêca e
fosse desmamada na estação chuvosa. Para ele, a melhor alternativa seria o estabelecimento
da estação durante o período de chuva, quando é geralmente satisfeita a condição fisiológica da vaca para manifestar cios e ser fecundada.
É importante salientar a necessidade de se estabelecer
uma estação de monta diferenciada para as novilhas, pois estas, após o primeiro
parto, sofrem um grande desgaste e encontram dificuldades para o retorno da
ciclicidade ovariana e, de maneira geral, apresentam períodos mais longos de
intervalo parto-cio, podendo chegar ao final da segunda estação ainda em
anestro. FONSECA (1984) e
ANDRADE et al. (1990) também mostram evidências que recomendam a adoção de uma
estação de monta para vacas com duração máxima de 120 dias e para novilhas de
90 dias, com a estação destas começando 30 dias antes que a das vacas, o que
resulta em um período de 60 dias a mais de descanso para as novilhas.
5. RELAÇÃO TOURO/VACA
Quando da avaliação reprodutiva de um touro,
considera-se o exame do sistema genital
(testículos, epidídimos, glândulas acessórias, pênis e prepúcio), do sistema locomotor, a qualidade do sêmen e a habilidade do touro em servir ou
não a vaca. Sabendo-se que no Brasil mais de
95% da população bovina, principalmente a de corte, é submetida à monta natural, torna-se fundamental a realização da avaliação
andrológica dos reprodutores, para que se obtenha uma eficiência reprodutiva adequada.
Cálculos realizados por PINEDA (1996), considerando o número
de fêmeas aptas à reprodução
e já descontando aquelas que são inseminadas,
mostram que precisaríamos de aproximadamente 1,6 milhão de touros, se usarmos a relação de um touro para 25
vacas. Ainda, mantendo uma reposição mínima anual de 20% de touros jovens, 320.000 indivíduos testados
por ano teriam que ser incorporados ao rebanho,
se quisermos alcançar alguma evolução genética aditiva. Dados
das ABCZ,
informam
da existência de apenas 100.456 tourinhos puros Nelore em 1996, o que
atende menos de 32% da demanda.
A capacidade reprodutiva dos touros Nelore é desconhecida e segundo PINEDA & LEMOS (1994) e FONSECA (1995)
é patente a subutilização desses indivíduos na monta natural. O aumento da
relação touro:vaca para 1:50 e o estímulo para
a expansão da inseminação artificial
reduziria a necessidade de touros provados.
BLOCKEY (1976) afirma que o principal objetivo de um
touro “melhorador” é promover o progresso genético do rebanho e
sua principal função é identificar o maior
número de vacas receptivas sexualmente, servindo-as com eficiência, pois
esse comportamento influencia diretamente a fertilidade do rebanho.
Provas para avaliar a capacidade reprodutiva de touros
a partir da biometria testicular, da qualidade do sêmen, da libido e da
capacidade de serviço têm sido realizados no Brasil. FONSECA et al. (1991) utilizaram touros
Nelore , submetidos a exames
andrológicos e de comportamento sexual,
acasalando-os com uma média de
40.3 fêmeas
(vacas solteiras e novilhas). .A
taxa de prenhez obtida aos 30, 60, 90 e 120 dias após o início da estação de monta foi de 68.4; 80.5; 88.3 e 89.9%, respectivamente. A análise econômica dos resultados mostrou uma economia em torno de 14.6%. Concluem afirmando que a realização de
avaliações andrológicas e comportamentais são
fundamentais para o sucesso dessa
prática. VALE FILHO (1994) relata
que quando a classificação
andrológica é razoável e a libido é alta, a percentagem de fecundação é alta. A
situação contrária (libido razoável e classificação andrológica alta) mostrou o mesmo resultado. PINEDA &
LEMOS (1994) encontraram diferenças
significativas de prenhez entre os touros de alta capacidade de serviço comparados
com aqueles de média e
baixa, em uma estação de monta de 63 dias, utilizando a relação de
1 touro:40 vacas. Ainda, FONSECA &
PINEDA (1996) usando a relação
touro:vaca de 1:80, durante uma estação
de monta de 63 dias, encontraram os
resultados da Tabela 5.
TABELA 5. Prova de libido, capacidade de serviço e taxas de prenhez em
touros Nelore
Característica Baixa Média Alta
Variação da libido(0-10) 0-3 4-6 >7
Libido média 2.23 4.17 8.4
% de indivíduos 46.2 11.4 43.4
Capacidade de serviço* 0.00 0.00 1.28
Perímetro escrotal (cm) 36.19 36.11 36.51
Prenhez (%) 68.8 67.5 88.8
*Número
de montas em 40 minutos
Fonte: FONSECA & PINEDA (1996).
Concluem afirmando que essas provas identificam os animais de alta
habilidade de monta, porém não mostram segurança para descobrir aqueles de
baixa habilidade.
Dos relatos anteriormente
mostrados, podemos concluir
que a relação touro:vaca atualmente empregada
(1:25) está bastante aquém do potencial reprodutivo dos touros Nelore.
Entretanto, deve-se ressaltar a importância
da realização de todas as
provas necessárias para que se possa recomendar
um aumento nessa relação.
Novos estudos precisam serem executados, visando principalmente a padronização
das provas e também deve-se continuar trabalhando no
sentido de divulgar essas novas técnicas, esclarecendo os criadores sobre as
vantagens da sua utilização rotineira.
Quando da avaliação reprodutiva de um touro,
considera-se o exame do sistema genital
(testículos, epidídimos, glândulas acessórias, pênis e prepúcio), do sistema locomotor, a qualidade do sêmen e a habilidade do touro em servir ou
não a vaca. Sabendo-se que no Brasil mais de
95% da população bovina, principalmente a de corte, é submetida à monta natural, torna-se fundamental a realização da avaliação
andrológica dos reprodutores, para que se obtenha uma eficiência reprodutiva adequada.
Cálculos realizados por PINEDA (1996), considerando o número
de fêmeas aptas à reprodução
e já descontando aquelas que são inseminadas,
mostram que precisaríamos de aproximadamente 1,6 milhão de touros, se usarmos a relação de um touro para 25
vacas. Ainda, mantendo uma reposição mínima anual de 20% de touros jovens, 320.000 indivíduos testados
por ano teriam que ser incorporados ao rebanho,
se quisermos alcançar alguma evolução genética aditiva. Dados
das ABCZ,
informam
da existência de apenas 100.456 tourinhos puros Nelore em 1996, o que
atende menos de 32% da demanda.
A capacidade reprodutiva dos touros Nelore é desconhecida e segundo PINEDA & LEMOS (1994) e FONSECA (1995)
é patente a subutilização desses indivíduos na monta natural. O aumento da
relação touro:vaca para 1:50 e o estímulo para
a expansão da inseminação artificial
reduziria a necessidade de touros provados.
BLOCKEY (1976) afirma que o principal objetivo de um
touro “melhorador” é promover o progresso genético do rebanho e
sua principal função é identificar o maior
número de vacas receptivas sexualmente, servindo-as com eficiência, pois
esse comportamento influencia diretamente a fertilidade do rebanho.
Provas para avaliar a capacidade reprodutiva de touros
a partir da biometria testicular, da qualidade do sêmen, da libido e da
capacidade de serviço têm sido realizados no Brasil. FONSECA et al. (1991) utilizaram touros
Nelore , submetidos a exames
andrológicos e de comportamento sexual,
acasalando-os com uma média de
40.3 fêmeas
(vacas solteiras e novilhas). .A
taxa de prenhez obtida aos 30, 60, 90 e 120 dias após o início da estação de monta foi de 68.4; 80.5; 88.3 e 89.9%, respectivamente. A análise econômica dos resultados mostrou uma economia em torno de 14.6%. Concluem afirmando que a realização de
avaliações andrológicas e comportamentais são
fundamentais para o sucesso dessa
prática. VALE FILHO (1994) relata
que quando a classificação
andrológica é razoável e a libido é alta, a percentagem de fecundação é alta. A
situação contrária (libido razoável e classificação andrológica alta) mostrou o mesmo resultado. PINEDA &
LEMOS (1994) encontraram diferenças
significativas de prenhez entre os touros de alta capacidade de serviço comparados
com aqueles de média e
baixa, em uma estação de monta de 63 dias, utilizando a relação de
1 touro:40 vacas. Ainda, FONSECA &
PINEDA (1996) usando a relação
touro:vaca de 1:80, durante uma estação
de monta de 63 dias, encontraram os
resultados da Tabela 5.
TABELA 5. Prova de libido, capacidade de serviço e taxas de prenhez em
touros Nelore
Característica Baixa Média Alta
Variação da libido(0-10) 0-3 4-6 >7
Libido média 2.23 4.17 8.4
% de indivíduos 46.2 11.4 43.4
Capacidade de serviço* 0.00 0.00 1.28
Perímetro escrotal (cm) 36.19 36.11 36.51
Prenhez (%) 68.8 67.5 88.8
*Número
de montas em 40 minutos
Fonte: FONSECA & PINEDA (1996).
Concluem afirmando que essas provas identificam os animais de alta
habilidade de monta, porém não mostram segurança para descobrir aqueles de
baixa habilidade.
Dos relatos anteriormente
mostrados, podemos concluir
que a relação touro:vaca atualmente empregada
(1:25) está bastante aquém do potencial reprodutivo dos touros Nelore.
Entretanto, deve-se ressaltar a importância
da realização de todas as
provas necessárias para que se possa recomendar
um aumento nessa relação.
Novos estudos precisam serem executados, visando principalmente a padronização
das provas e também deve-se continuar trabalhando no
sentido de divulgar essas novas técnicas, esclarecendo os criadores sobre as
vantagens da sua utilização rotineira.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, V. J.; AZEVEDO, N. A.;
FONSECA, L. S. e SANTOS, D. J.
Efeito de diferentes
épocas de início da estação de monta
sobre o comportamento reprodutivo de novilhas
de corte.
Arq. Bras. Med.Vet. Zoot.,
v.42, n.2, p. 93-101,1990.
BLOCKEY, M. A. B. A measure
of serving efficiency of bulls during pasture mating. Theriogenology.
v.6, p. 393-401,
1976.
FINDLAY, J. K. Peripheral and local regulators of folliculogenesis.
Reprod. Fert. Dev., v.6 , p. 127- 139, 1994.
FONSECA, V. O.; NORTE, A.
L.; CHOW, L. A. e LIMA, O. P. Efeito da amamentação sobre a
eficiência reprodutiva de vacas Zebus (Bos indicus). Arq. Esc. Vet. UFMG. v..33, n.1, p.165-171,
1981.
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eficiência reprodutiva do zebu. Inf.
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sobre as eficiências produtiva e reprodutiva de um rebanho bovino
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proporção touro:vaca 1:40 e fertilidade.
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capacidade reprodutiva de touros Nelore: aspectos andrológicos e
comportamentais. Belo Horizonte: Escola de Veterinária-UFMG., 37p., 1995.
FONSECA, V.O. & PINEDA, N. R.
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