A contenção
de gatos é uma das tarefas mais difíceis e requer muito cuidado e habilidade
motora por parte do examinador ou do auxiliar. A contenção de gatos é bem mais
complicada que a de cães por:
· Serem
mais ágeis e se desvencilharem muito facilmente, principalmente quando a contenção
for realizada por pessoa inabilitada;
· Serem
animais relativamente pequenos, tornando a sua imobilização mais trabalhosa, o que
pode ocasionar acidentes quando se utiliza força excessiva;
· Se defenderem
com as unhas e os dentes;
· Por
possuírem características territoriais, são mais sujeitos ao estresse causado
pela mudança de ambiente.
Os gatos
devem ser mantidos com os seus proprietários (dentro de caixas de contenção ou de
transporte) e retirados somente no momento da sua avaliação, já que um conhecimento
prévio e demorado do local do exame pode deixá-los irritados ou mesmo
agressivos, em virtude dos odores deixados no ambiente por outros animais, principalmente
por cães.
A interação veterinário paciente não é tão fácil como a
observada na grande maioria dos cães, mas pode se tentar uma aproximação do
animal, como, por exemplo, coçando a sua cabeça, antes mesmo de realizar a contenção.
O primeiro passo na contenção dos gatos é lembrar-se de fechar as janelas e
portas do local de exame para se evitar evasão ou acidentes. O exame deve ser
inicialmente tentado com o mínimo de imobilização, bastando, para tanto, a
colocação de botinhas de esparadrapo após a colocação do animal na mesa. As
unhas devem ser aparadas caso haja necessidade de um procedimento de maior duração.
Se o animal estiver mantido dentro de caixas de papelão, madeira ou mesmo
sacolas de pano, a retirada do animal deve ser feita por seu proprietário. Os
gatos devem ser examinados, de preferência, sobre uma mesa.
Os gatos
mudam rapidamente de comportamento e, muitas vezes, a cooperação inicial é substituída
por inquietação ou hostilidade. Nesses casos, a contenção manual do gato e
recomendada, mantendo-se presa a cabeça do animal dentro da palma da mão do
ajudante, os membros posteriores contidos e esticados. Após a colocação do animal
em decúbito lateral, pode-se passar uma toalha de mão dobrada em volta do
pescoço do gato, mantendo dois dedos entre a toalha e a pele do animal para se
adequar a pressão exercida e evitar asfixia. Gatos muito agressivos ou assusta-los
podem ser segurados pela pele que reveste a porção superior da região cervical,
logo atrás das orelhas, o que o impedirá de virar a cabeça e morder a pessoa
que realiza a contenção. Uma outra opção seria a junção de ambos os
pavilhões auriculares, com os dedos polegar e indicador de uma das mãos. Essa
manobra deixa os imóveis, em virtude da grande sensibilidade que essas estruturas
apresentam quando são fortemente comprimidas.